Matéria originalmente publicada em março de 2016
E o arroz de Galinha do Lagarto que cresceu: o Jacaré
Terra dos literários Silvio Romero e Laudelino Freire, do promotor Dejaniro Jonas e da desembargadora Josefa da Paixão, dos políticos Valmir Monteiro e Jerônimo Reis, do craque Diego Costa e do perna de pau do jornalista Anderson Christian! Essa bela cidade também se destaca por uma outra dupla de ilustres: a maniçoba e o arroz de galinha. E foi atrás deles dois que a gente partiu.
Saindo de Aracaju pela BR 101, duplicada, passaremos por São Cristóvão e Itaporanga D’Ajuda até chegar à SE-270, também em boas condições, que nos levará à Lagarto passando por Salgado.
Antes de chegar lá, a gente passa por um super povoado chamado Colônia 13. Que fica a exatos 13 km da cidade-sede. Lugar de cooperativa de fumo, uma das mais fortes que já existiu em Sergipe. Peraí, 13 e fumo… seria um deja vú em formato de povoado?
Lá fomos pra Lagarto em busca do Jacaré, uma espécie de lagarto, só que gigante. Paramos no GBarbosa da cidade, e a moça do caixa, muito gentil, ensinou como chegar. “É seguir a avenida Contorno sempre em frente sentido Simão Dias. Quando avistar um monte de carro, viatura do Samu, da PM, tudo aglomerado, não estranhe. Não é confusão. É o Bar do Jacaré. É lá que tem um arroz de galinha famoso nas tardes-noites das sextas”. Somente às sextas à noite, frise-se bem.

Arroz de galinha nada mais é que arroz papa, o famoso juntos venceremos, com tolebas de galinha cozida grosseiramente cortados e uma influência baiana que apareceu e pediu pra juntar o vatapá na mistura. Juntaram. Ficou simples e muito saboroso.

Partimos em busca da maniçoba, outro prato muito característico da culinária local e que é servido aos sábados. Um prato de origem indígena, feito com as folhas da maniva, com as folhas do pé da macaxeira, mocotó, defumados, charque e outras carnes, mas que tem uma emoção no fazer: se não souber retirar o ácido cianídrico das folhas da maniva, aí pai, é caixão-vela-preta. Vá em quem entende do negócio. Se arrisque a fazer não.
Em Lagarto existem muitos restaurantes que servem maniçoba, e você pode prová-la com farinha, arroz e uma pimentinha. A cor é verde escura e a consistência de um pirão ralo. O sabor não causa estranheza.
Lá, conhecemos Sr. Israel, um ex-jogador de futebol gente boníssima e sua esposa Luzia. Eles fazem a maniçoba em casa e aceitam encomendas. Por falar em futebol, Lagarto tem o orgulho de ter torcedores que já torceram pra 3 times diferentes sem trocar a camisa: Lagarto Esporte Clube, Atlético Clube Lagartense – campeão do sergipano de 97 – e agora Lagarto Futebol Clube. É o mesmíssimo time. O glorioso Lagarto.

A chegada do Campus da UFS na cidade fez com que houvesse um boom de boas pousadas. Então, se for passar o fim de semana, programe sem preocupações de hospedagem.
Se ainda houver tempo, visite o chique Biroska, no povoado Santo Antonio. Tem até paella lá. Pela manhã, no bairro do Brejo, visite o Laçador, onde o barman Valter faz drinks pra lá de bons. Sugiro umburoska e sirigueloska. Também tem o Chuca, de comida regional, do popular… Chuca.
Guarde tempo pra visitar o sarau da caixa d’água, que acontece no último sábado de cada mês, e que igual a Praça Filomeno Hora, reúne muita gente, pra degustar um sorvete Friberg na praça da igreja.
Vamos perguntar de novo: não já tá na hora de conhecer Sergipe?
Até semana que vem!
SERVIÇO
Onde: Lagarto, SE.

Preço: Maniçoba (pra viagem/Israel), R$ 12; arroz de galinha (no Jacaré), R$ 12/prato
Quer ficar por lá num fim-de-semana? Tem muita opção de pousada
Coisa boa: O mercado da cidade, em fase de conclusão. Merecida obra.
Outra coisa boa: o Ecosport, carro da expedição de hoje. Chegamos descansados.
Como pagar: Dinheiro e cartões, no Jacaré. Dinheiro, em Israel.
Funcionamento: todo dia.
Tá sem carro? Acesse www.portaldereservas.com.br
Sugestão de hospedagem: Pousada Santo Antonio, 3631-2177