O Rio São Francisco vai bater no ‘mei’ do mar
Originalmente publicada em março de 2016
Foi lá pra contra-capa e agora achou a gente aqui, né?! Pois é. A coluna Traz A Conta veio cá pra dentro pra durante as próximas seis semanas explorar, descobrir e desvendar os traços gastronômicos das regiões do nosso pequeno grande – e lindo – Sergipe.
Primeira parada: Brejo Grande. Objetivo: conhecer o restaurante Carapeba e conhecer a foz do Rio São Francisco, onde está o Cabeço. Ou estava. Pois o povoado foi totalmente submerso, ficando somente à vista o intensamente fotografado farol marítimo de 1876. Símbolo da resistência.

Pra chegar em Brejo Grande pegamos a baleada BR-101 sentido norte do Estado. No posto mais bonito da PRF, em Malhada dos Bois, entramos à direita sentido Neópolis (SE-220) e aí a rodovia melhora muito. Haverá um entroncamento sinalizando pra Pacatuba. Entre nele e siga até Brejo Grande. Vai passar por Japoatã, Pacatuba e por Ilha das Flores antes de chegar em Brejo Grande. São cerca de 140 km percorridos que valerão a pena. Vá por mim.
Dentro da cidade, tendo como referência a praça principal, você verá um canteiro no meio da ‘avenida’, e um bar verde na esquina à sua esquerda, entre nessa rua e siga uns 200 metros. Chegamos no Restaurante Carapeba.
O Carapeba mostra o quanto está preparado pra o turismo logo na chegada quando você avista, estacionado na ‘porta’ dele, seu próprio catamarã. O maior e mais bem estruturado deles. Tem até cozinha dentro pra tornar mais agradável a viagem até a foz.

Dentro dele, a gente descobrirá que “o rio São Francisco vai bater no ‘mei’ do mar”. Rapaz, gostei dessa frase, acho até que Luiz Gonzaga e Zé Dantas deveriam fazer uma música com ela. É um dos mais belos lugares do Brasil. Natureza intocada. Aguapés. Mata atlântica. As plantações de arroz e pescadores que vão compondo a beleza do lugar. Antes de chegar no Cabeço, à esquerda do catamarã, você vai ver o município de Piaçabuçu-AL, importante polo pesqueiro. Um dos maiores bancos de camarão do Brasil. Collor tem uma casa lá, dá pra ver logo, cê vai entender porquê quando tiver por lá.
Dunas de areias claras, banho de mar no paraíso, sol, fotos. O Brejo Grande surpreende. Mas a fome bateu e é hora de voltar pro Carapeba. Na chegada, uma imagem que a modernidade ainda não apagou: lavadeiras à beira do rio. Batendo roupa nas pedras pra depois colocar pra ‘quarar’.
Então… bora comer. À beira do rio São Francisco nada de pedir filé com fritas! Dona Jojô nos sugeriu a Moqueca Maria Izabel, uma moqueca de robalo com camarão, pirão e arroz, serve bem a 3 pessoas. Tudo muito fresco e saboroso. A cozinha do Carapeba merece uma visita, o pessoal dentro dela é animado e muito agradável.


Outro prato provado: parmeggiano de camarão. Muuuuito camarão. E ficamos chimando com educação – mentira – a delícia de camarão servida no coco verde da mesa do lado, pela cara que eles faziam fechando os olhinhos, tava mara.
Esses pratos evidenciam o traço gastronômico da região do baixo São Francisco. O guaiamum, barato(!), também é bem presente na região.
Antes de se despedir de Brejo, visite a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, fica em frente a Praça Principal, e foi construída em 1893 por padres jesuítas e índios tupinambás. É uma graça.
Não perca o pôr-do-sol da varanda do Carapeba quando quiser ‘ficar sem rádio e sem notícia das terra civilizada’.
Afinal, você conhece Sergipe?

SERVIÇO
Onde: Brejo Grande
Preço: Moqueca Maria Izabel, R$ 72; Parmegiano de camarão, R$ 71; Delícia de Camarão, R$ 71
Quer ficar por lá num fim-de-semana? Tem a Pousada Raízes. Nova. Apto duplo, R$ 150, 3227-2506. O Carapeba também tem quartos. O telefone de lá é o 99951-2996
Coisa boa: opte pelas rodovias estaduais pra evitar boa parte da BR. Saindo de Aracaju, pode-se ir pela Barra dos Coqueiros, passando por Pirambu, chegando em Japaratuba e voltando pra BR. As estaduais estão em boas condições. A BR não.
Outra coisa boa: o Restaurante Carapeba tem um catamarã só dele, e com um bar dentro.
Uma coisa excelente: há um projeto – já em execução – de rodovia que vai encurtar a distância para 90 km.
Tem wifi? Tem sim. E o 4G funciona sem problema.
Como pagar: dinheiro e cartões
Estacionamento:
Funcionamento: todos os dias
Não quer ir de carro? Beleza. A Nozes Tur tem saídas diárias saindo às 7h e com retorno 18h30. R$ 110, pra 2x. Tel 3243-7177. Translado e passeio
Não quer ir de carro? Beleza. A Nozes Tur tem saídas diárias saindo às 7h e com retorno 18h30. R$ 110, pra 2x. Tel 3243-7177. Translado e passeio