terça-feira, abril 16, 2024

Cresce a apreensão de bebidas ilegais

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O estudo divulgado pela Abrabe revela que, nos últimos dois anos, cresceu o número de apreensão de bebidas ilegais, em 28%. Ao colocar uma lupa apenas em contrabando, esse número sobe para 58%. A Abrabe desenvolve, desde 2019, o Relatório Geral de Apreensões de Bebidas Alcoólicas, que consolida todas as apreensões levadas ao conhecimento da entidade. Um projeto realizado em parceria com a Polícia Civil, Polícia Federal e Receita Federal que consiste em compilar todas as apreensões de bebidas indicadas por esses entes governamentais.

A presidente-executiva da Abrabe, Cristiane Foja, explica:

“Esse é um trabalho muito importante para o nosso setor, pois reúne todos os estados da federação e todas as categorias de bebidas alcoólicas, sendo uma boa amostragem para entendermos o que está acontecendo com o mercado ilegal no Brasil.”

O estudo mostra que, em 2021, entre janeiro e julho já foram apreendidas mais garrafas do que o ano de 2020 inteiro e esse número já atinge 60% do apreendido em 2019: já são 203.226 garrafas de 750ml contrabandeadas e falsificadas apreendidas, sendo 174.022 contrabandeadas e 29.204 falsificadas. Isso significa uma estimativa de R$ 8,3 milhões em impostos que deixaram de ser arrecadados pelo governo brasileiro. Em 2020, marcado pelo início da pandemia, foram apreendidas 97.775 garrafas de 750ml contrabandeadas e falsificadas, sendo 68.671 contrabandeadas e 29.104 falsificadas – algo em torno de R$ 3,3 milhões em impostos não arrecadados. Em 2019, foram apreendidas 318.943 garrafas de 750ml contrabandeadas e falsificadas, sendo 221.231 contrabandeadas e 97.712 falsificadas. Uma perda de R$ 10 milhões em impostos não arrecadados.

Em 2019, 69% das bebidas apreendidas eram contrabandeadas, enquanto 31% eram falsificadas. Já em 2020, o contrabando representou 70% e a falsificação 30%. Em 2021, no período de janeiro a julho, essa projeção por enquanto cresce. As bebidas contrabandeadas apreendidas representam 86% e as falsificadas 14%.

“Embora um número menor, precisamos dar atenção especial para a falsificação. 30% de produtos falsificados presentes no mercado brasileiro, no consolidado 2020, é algo muito preocupante, por conta da incerteza, do risco oculto deste produto. Além disso, os produtos ilegais chegam a custar até 70% menos em relação aos produtos originais”, destaca Cristiane.

Entre 2018 e 2021, os estados que lideram a entrada de contrabando são, nessa ordem, Rio Grande do Sul (104 apreensões), Santa Catarina (67), Paraná (69) e São Paulo (26). Já entre os estados com maior incidência de falsificação estão São Paulo (74), Minas Gerais (12), Rio de Janeiro (09), Paraná (08) e Goiás (07).

Os dados do estudo foram apresentados durante o painel “Bebidas Alcoólicas Ilegais, um desafio multissetorial”, mediado pela presidente-executiva da Abrabe, Cristiane Foja. O debate contou também com a presença do presidente da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), José Eduardo Cidade, da presidente-executiva da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (BFBA), Raquel Salgado, do diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, do presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Luis Argenta e do diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Jaime Recena. Juntos, os executivos abordaram o impacto do mercado ilegal de bebidas alcoólicas para a sociedade e para a economia do Brasil, além da importância do comprometimento de todos os envolvidos na cadeia de distribuição, venda e consumo no combate às práticas ilegais.

Lançamento Campanha Multientidades

Durante o 33° Congresso Nacional Abrasel, também foi lançada a campanha multientidades “Diga Não Ao Comércio Ilegal de Bebidas Alcoólicas”. Por meio de uma mensagem forte, envolvendo a reputação e credibilidade dos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, o objetivo é reforçar a importância do combate às práticas ilegais, por meio do engajamento de bares e restaurantes, empresários e empreendedores. A iniciativa é um esforço multissetorial apoiada pela ABRABE – Associação Brasileira de Bebidas, Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), ABBD (Associação Brasileira de Bebidas Destiladas), BFBA (Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas), IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça) e UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura).

Criada pela Giusti, a iniciativa desenvolvida para o ambiente digital, contempla filme de 55’’, que pode ser conferido nas redes sociais oficiais das entidades apoiadoras, assim como na plataforma Sem Excesso (@sem_excesso), ferramenta de diálogo sobre consumo responsável de bebidas alcoólicas, conduzida pela ABRABE.

“Além dos riscos aos consumidores, outro grande problema do mercado ilegal de bebidas é a ameaça à credibilidade, sofrida pelas empresas fabricantes, importadoras e pelos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. Com isso, é de suma importância a união do nosso setor no combate a essa prática, que é crime”, finaliza Cristiane Foja.

Fonte feed: Via Feed Beer Art