Panetone salgado não é exatamente a última novidade sobre a face da Terra: já há alguns anos, a quase infinita paleta de sabores estranhos inclui coisas como bacalhau e calabresa.
Novo é o tamanho do investimento, este ano, do maior fabricante do Brasil na promoção do panetone salgado. Pela primeira vez, o estrambótico quitute –de sabor parmesão– é empilhado às dezenas nos corredores dos supermercados.
Como todo assunto fútil, o tal panetone gerou algum ruído nas redes sociais. Uns adoraram, outros acharam nojento. O comentário mais recorrente: se o panetone é salgado, é simplesmente pão.
Embora o conceito de panetone salgado não me apeteça demais –nenhum panetone, por sinal–, fiquei curioso. Comprei o negócio.
Antes de qualquer outro juízo: definitivamente não é pão. É panetone, tem massa de panetone, esponjosa, úmida.
E tem cheiro de panetone, o que deixa tudo muito estranho, porque também é salgado de verdade.
Trata-se de um produto industrial ultraprocessado, com todos os conservantes, antiumectantes e estabilizantes de praxe. Resta saber quais são os aromatizantes empregados para dar alma de panetone à massa salgada.
É de fato esquisito, já disse isso?
Mas talvez nos acostumemos.
Afinal, a época natalina é a suruba dos doces com os salgados. Peru com fios de ovos. Tender à Califórnia. Farofa com frutas secas.
O panetone salgado vira essa fórmula pelo avesso, jogando sal naquilo que costuma ser doce. Talvez ele seja apenas o arroz com passas do mundo invertido.
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Fonte feed: Via Feed Folha de S.Paulo