Reunião define próximos passos no caso dos cães errantes

“Já sofri dois grandes prejuízos em minha propriedade. Em um dos casos, uma vaca que tinha acabado de parir foi atacada pelos cães e não resistiu. Em outro dia, eles devoraram um bezerro de alto padrão genético, fruto de um grande investimento”. O relato é de Josevaldo Oliveira, produtor de leite do povoado Lagoa Redonda, em Porto da Folha, que vive diariamente a insegurança provocada pelos ataques de cães errantes.
Assim como ele, outros produtores da Cooperativa Master Leite registraram ataques em povoados como Lagoa da Volta e Lagoa Redonda, no alto sertão sergipano. De acordo com os relatos, as matilhas de cães errantes circulam principalmente na madrugada e no amanhecer, atacando desde animais de pequeno porte, como galinhas, até bezerros e vacas paridas. Câmeras de segurança em propriedades flagraram alguns desses episódios.

Diante da gravidade da situação, a Faese coordena a partir de setembro o censo dos cães errantes em Porto da Folha, a ação que contará com a participação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio de professores e estudantes universitários do sertão. O levantamento vai identificar o número de animais e os locais mais críticos para auxiliar na elaboração de estratégias de controle.
Outro encaminhamento importante é a estruturação de um espaço para alocar os animais capturados e realizar a castração. A deputada estadual Kitty Lima se comprometeu em disponibilizar profissionais e unir esforços para viabilizar o trabalho, destacando que somente com uma rede de cooperação será possível avançar na causa.

Reunião institucional em Aracaju
Na manhã desta terça-feira (26), a sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese), em Aracaju, recebeu uma reunião institucional para dar continuidade à 3ª etapa do caso Cães Errantes.
Participaram produtores de leite da cooperativa Master Leite, o advogado Miguel Arcanjo, representante da OAB Sergipe no sertão; o presidente da Comissão de Direito Animal, Emanuel Matias; e a coordenadora de educação animalista da OAB/SE, Mariana Trindade, além da analista do núcleo pecuário Mikaele Pereira, Marcos Henrique, analista jurídico da Faese e a deputada Kitty Lima.
A OAB/SE se comprometeu a oficiar a Prefeitura de Porto da Folha, cobrando providências imediatas.

No encontro, foram definidos alguns encaminhamentos, como a definição de local para abrigo temporário dos animais; custeio da manutenção e estruturação de um canil; disponibilização de espaço para higienização e cuidados; possibilidade de apoio da Emdagro na castração; atuação dos agentes de endemias municipais; encaminhamentos jurídicos, com atuação do Ministério Público de Porto da Folha e processo judicial em andamento;

Breve histórico
Desde o início da mobilização, a Faese tem coordenado as ações relacionadas ao caso, articulando reuniões entre produtores, instituições públicas e entidades de classe. Em agosto, foi realizada reunião com representantes da UFS, quando foi apresentada a proposta de apoio técnico ao censo, consolidando a parceria para levantamento de dados e diagnóstico situacional.

Próximos passos
As instituições envolvidas reforçaram que o problema não será resolvido isoladamente e que é necessária a união entre município, estado e união para garantir soluções efetivas. O início do censo em setembro e a definição de um espaço para castração são considerados medidas urgentes e prioritárias para minimizar os riscos à população e os prejuízos ao setor produtivo.

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