Débora Alberti, da Itália no Box, revela como a escolha do queijo pode redefinir aroma, textura e a experiência sensorial de cada prato
O Brasil é hoje um dos maiores consumidores de queijo da América Latina, com crescimento médio de 4% ao ano, segundo dados da Embrapa. E quando o assunto é massa, esse ingrediente ganha status de protagonista: é ele que define aroma, textura e até a memória afetiva que cada prato desperta.
Essa alquimia entre queijo e massa é o que inspira Débora Alberti, cofundadora e responsável pelo cardápio da rede Itália no Box. Para ela, não basta escolher um queijo de qualidade: é preciso entender como ele se comporta diante de cada tipo de massa. “Um parmesão curado realça o sabor de um espaguete ao sugo, trazendo notas salgadas e intensas. Já o grana padano, mais delicado, harmoniza perfeitamente com massas de recheio, como um ravioli de ricota e espinafre, sem sobrepor o sabor do prato”, explica.
A busca por autenticidade é outro ponto central. Queijos como o burrata, de origem artesanal, têm conquistado espaço não só nas mesas de restaurantes italianos, mas também no paladar do público brasileiro, ávido por experiências mais sensoriais. “Quando usamos burrata fresca em um fettuccine com pesto, por exemplo, a cremosidade cria uma camada de conforto que transforma a receita em uma experiência gastronômica única”, completa Alberti.
O trabalho dela com o cardápio vai além de servir combinações tradicionais: envolve traduzir a herança culinária italiana em uma linguagem acessível ao consumidor brasileiro. “Não é apenas sobre comer massa, mas sobre sentir as sutilezas que cada queijo imprime no prato. É ciência, é história e, principalmente, é afeto”, resume.
A reflexão mostra como a gastronomia italiana segue conquistando espaço no Brasil, em especial quando se alia à precisão de técnicas, ao respeito às origens e à sensibilidade no uso de ingredientes autênticos. Afinal, no universo das massas, a escolha do queijo não é detalhe é a alma do prato.