País está entre os mercados onde o consumo do destilado mais avançou entre 2021 e 2023
No terceiro sábado de maio, que este ano cai no dia 18, apreciadores do mundo inteiro celebram o Dia Internacional do Whisky – e o Brasil tem motivos para participar da festa. Segundo dados do Euromonitor International, o consumo por aqui aumentou 16%, entre 2021 e 2023, ficando atrás apenas das taxas de crescimento registradas no Japão e na Índia. No ranking global, o Brasil já é o quinto maior mercado consumidor – e a chegada de novos apreciadores tem chacoalhado o setor, mostrando que o mundo dos whiskies é muito mais amplo do que o mapa da Escócia. Japão e Estados Unidos, por exemplo, ganham cada vez mais espaço no coração dos whisky lovers brasileiros.
A destilaria Maker’s Mark, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos, produtora do primeiro bourbon whisky super premium do mundo, já tem o Brasil como um de seus mercados prioritários. Lançada no ano passado, a plataforma Jornada Maker’s (jornadamakers.com.br) tem como objetivo reunir a comunidade de bartenders, oferecer workshops e experiências, ensinar receitas e mostrar a versatilidade da bebida na coquetelaria – a marca convidou Néli Pereira, pesquisadora e consultora de brasilidades, para ser a primeira mixologista de Maker’s Mark no Brasil.
Para o público feminino entusiasta da coquetelaria, foi lançado, em abril deste ano, o projeto Maker’s Yourself. Durante encontros descontraídos, realizados cada vez em um bar diferente de São Paulo e arredores, mixologistas ensinam a preparar coquetéis e contam curiosidades sobre a marca. Não falta história para contar. A receita do bourbon, à base de milho, cevada e trigo de inverno vermelho, foi desenvolvida pelo casal Margie e Bill Samuels Jr., no estado de Kentucky, e lançada em 1953. A marca cresceu, mas a terceira geração não abre mão dos métodos tradicionais de produção, os mesmos há sete décadas, de forma artesanal e em pequenos lotes. A destilaria, localizada em Loretto, orgulha-se de ter a própria fonte de água. Para lacrar cada um dos rótulos, as icônicas garrafas desenhadas pela própria Margie são até hoje mergulhadas na cera vermelha à mão, uma a uma. Como uma B-CorpTM, a marca faz parte de um pequeno, mas crescente círculo de empresas globais, que lideram o caminho para a criação de um futuro mais sustentável.
Maker’s Mark faz parte do portfólio da Suntory Global Spirits, empresa que também apresentou ao Brasil a moda internacional dos whiskies japoneses. Cotados entre os mais premiados – e caros – do mundo, rótulos como o blended whisky super premium Hibiki e os single malts Yamazaki e Hakushu começaram a desembarcar por aqui há pouco mais de uma década. Eles não só descortinam um universo novo entre os amantes do destilado, como convidam a um mergulho profundo nos valores e tradições do Japão. Em abril, pelo segundo ano consecutivo, a The House of Suntory Experience proporcionou essa imersão. Este ano, o tema foi “Monozukuri, omotenashi, monogatari” (Fazer, servir, compartilhar, em japonês). Quem foi ao centro cultural Japan House, em São Paulo, teve a chance de assistir a uma masterclass com o especialista em whisky Mauricio Porto, fundador do Caledonia Bar, e de jantar o menu elaborado pela chef Telma Shiraishi, do Aizomê, harmonizado com drinks exclusivos criados por Yasmin Yonashiro e Rodolfo Bob. A precisão, a paciência e a disciplina, pilares da hospitalidade à japonesa, temperaram a degustação dos whiskies artesanais que vêm do outro lado do mundo.